Um ponto histórico do samba, do Carnaval e da boemia de Pelotas teve um dia de reavivamento no último sábado. Em busca de revitalização da travessa Ismael Soares, conhecido como Beco da Khautz, o evento levou a música até a noite, junto ao Boteco Copa Rio.

Um dos idealizadores do movimento cultural, Luís Carlos Mattoso, explica que a ideia é requalificar o beco recuperando a tradição do local que, entre as décadas de 60 e 90, foi um reduto do samba em Pelotas. São quinze entidades endossando a iniciativa. “Esse espaço foi encontro dos sambistas, do pessoal do carnaval, tinha lojinhas de confecção de fantasias. O antigo beco da Khautz sempre foi um local de encontro do carnaval”, sintetiza.

“Essa região da cidade sempre teve essa função cultural. Em qualquer lugar do mundo há espaços como esse, no Rio de Janeiro o Beco do Rato, em São Paulo o Beco do Batman, na Bahia o Beco da Cultura. Sempre é um espaço de expressão da cultura daquele local, e essa área aqui já foi isso”, diz, sobre a busca de valorização da tradição.

A programação, que teve início às 11h, teve atrações como a Banda do Gonzaga e o Grupo Renascença, que lotou o beco levando música e diversão à noite do sábado.

O objetivo inicial era celebrar a assinatura do Termo de Ajuste de Conduta (TAC) pela PR1 Construtora e Incorporadora Ltda., que ficaria responsável pela revitalização tanto da Ismael Soares quanto da travessa Conde de Piratiny, ao lado da Bibliotheca Pública Pelotense. No entanto, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan) decidiu rever a decisão e suspender o TAC.

O projeto seria uma contrapartida da construtora, que obteve em 2019 o direito de finalizar o esqueletão que fica entre as duas travessas e aguarda a conclusão há quase duas décadas. A expectativa agora é sensibilizar o Iphan em busca da aprovação do projeto que já estava acordado entre as entidades culturais de Pelotas e a construtora.

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